São Paulo / SP - segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Conjuntivite

Conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva (membrana fina e transparente que recobre a parte branca dos olhos (esclera) e a parte interna das pálpebras), podendo acometer os dois olhos, com duração de aproximadamente 1-3 semanas nas formas agudas e acima de 3 semanas nas crônicas. Nos casos em que o aparecimento ocorre em menos de 12 horas são considerados formas hiperagudas.

Pode ser ocasionado por fatores infecciosos, irritativos ou alérgicos.

Conjuntivite Infecciosa: Contagiosa, a propagação ocorre através de contato direto com pessoas infectadas, objetos contaminados ou até pela água da piscina.

Pode ser viral, bacteriana ou fúngica.

Viral: Geralmente causada pelo Adenovírus, porém outros agentes como enterovírus 70 e Coxsackie A4 podem ocasionar conjuntivite hemorrágica.

Bacteriana: Geralmente causadas por Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae.

A conjuntivite gonocócica é causada pela Neisseria gonorrhoeae, com transmissão sexual ou através do canal de parto. Quando não tratada rapidamente pode penetrar no epitélio corneano íntegro, podendo destruí-lo e ocasionar uma perfuração. Atualmente, essa patologia é rara devido a aplicação de uma gota de nitrato de prata 1% nos dois olhos nas primeiras horas de vida. Deve ser tratada através de antibióticos sistêmicos e oculares.

Outra forma comum de causa bacteriana é a conjuntivite de inclusão do adulto ocasionada pela Chlamydia trachomatis sorotipos D-K, caracterizada por ser uma forma crônica (com duração maior que 3 semanas), acometendo pessoas sexualmente ativas. Deve ser tratada com Azitromicina ou Doxiciclina.

Fúngica: Mais rara. Geralmente ocorre em casos de trauma com madeira ou pelo uso inadequado de lentes de contato.

Conjuntivite tóxica: É ocasionada por alguma substância irritante aos olhos como colírios, produtos de limpeza, fumaça de cigarro, sabonetes, spray, maquiagens, tinta para cabelo e poluentes industriais. O tratamento consiste em descontinuar o uso do produto, lavagem com água abundante imediata e avaliação de um oftalmologista.

Conjuntivite Alérgica: Acomete geralmente indivíduos atópicos (aqueles que já possuem predisposição a quadros alérgicos como rinite, bronquite, asma). Não é transmissível, assume a forma aguda, inicialmente pode acometer um ou os dois olhos e tem como principal sintoma o prurido intenso seguido de edema. O tratamento é feito através de anti-histamínicos e estabilizadores da membrana de mastócitos.

Uma forma de conjuntivite alérgica é a conjuntivite papilar gigante, comum em usuários de lentes de contato.

 

Quadro Clínico:

Olhos vermelhos (dilatação dos vasos conjuntivais pelo processo inflamatório), edema palpebral, ardor, lacrimejamento, fotofobia (dor ocular com a claridade), sensação de corpo estranho, secreção (serosa ou purulenta essa nos casos de origem bacteriana) e prurido.

Alguns pacientes podem apresentar hemorragia conjuntival, pequenos sangramentos observados no lenço e saída de pequenos fragmentos esbranquiçados da parte interna da pálpebra (pseudomembranas).

Após a melhora dos sintomas iniciais, em alguns casos pode ocorrer embaçamento visual acentuado durante meses a anos. Isso acontece devido a presença de infiltrados subepiteliais corneanos que geralmente melhoram após o uso de corticosteróides por tempo prolongado.

 

Medidas de prevenção e controle:

  • Lavar as mãos;

  • Evitar contato das mãos nos olhos (evitar coçá-los);

  • Evitar aglomerações, piscinas de academias ou clubes e praias;

  • Usar toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos;

  • Trocar as fronhas dos travesseiros e toalhas diariamente enquanto perdurar a crise;

  • Não compartilhar produtos de beleza, toalhas e travesseiros;

  • Evitar contato direto com outras pessoas, crianças ou bebês;

  • Não usar lentes de contato nesse período;

  • Evitar ambientes muito iluminados, se possível utilizar óculos com lentes escuras para maior conforto.

Medidas gerais tratamento:

  • O tratamento depende da etiologia da conjuntivite. É aconselhável realizar uma avaliação oftalmológica para um diagnóstico preciso;

  • De modo geral, orientamos a utilização de gaze, lenços descartáveis e água filtrada, mineral ou soro fisiológico para limpeza ocular, várias vezes ao dia. Evitar o uso de água boricada pelo risco de maior irritação ocular;

  • Evitar o contato direto entre os olhos e a superfície dos frascos de colírios. Não compartilhar os mesmos frascos com outros familiares que possuem a mesma patologia;

  • No caso do agente causador ser um vírus, o tratamento é basicamente sintomático, já que a prescrição de antibióticos é incoerente, visto que vírus não podem ser mortos pela ação destes tipos de medicamentos.

 

 

 

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